A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou na semana passada que quer proibir a venda e o consumo de sibutramina e medicações derivadas de anfetamina, substâncias inibidoras de apetite, que são usadas para auxiliar no emagrecimento. Essa semana, a proposta será discutida em audiência pública e a decisão será tomada pela diretoria da agência em março. Tudo indica que os medicamentos serão banidos no Brasil, seguindo os moldes da Europa e Estados Unidos, que fizeram a proibição há mais de um ano. Mas o tema gerou polêmica e divide opiniões entre médicos e especialistas. Enquanto uns são a favor da Anvisa e acham que as substâncias têm muitos efeitos colaterais, além de trazer riscos à saúde, outros acreditam que sem eles sobram poucas opções de tratamento para a obesidade.
De acordo com a agência, as anfetaminas podem trazer riscos cardiopulmonares e ao sistema nervoso, já a sibutramina pode aumentar o risco cardiovascular, como mostrou o estudo SCOUT, realizado na Europa, e que avaliou 10 mil pessoas durante 6 meses. Há quem diga, porém, que nos pacientes sem doença cardiovascular, o medicamento não aumentou os riscos de complicações. E é por esse motivo que a endocrinologista do Hospital 9 de Julho, Roberta Villasboas, é contra a proibição das substâncias. "É uma medida um pouco radical. O que deveria ser feito é criteriar melhor quem deve ou não fazer uso desses remédios. Se a pessoa for obesa e já tiver problemas cardiovasculares associados, aí é caso de proibir, mas quem não tem esse problema e está com sobrepeso, por que não poder tomar?", argumenta a médica, que ainda completa que vão sobrar poucas opções para tratar obesidade. "São pouquíssimos os casos de obesos que conseguem perder peso só com dieta e atividade física (cerca
de 10%), sem essas medicações fica muito restrito o tratamento contra a obesidade".
Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) comprovam que a obesidade aumenta a cada ano, inclusive na infância. A pesquisa mais recente realizada pelo Instituto mostrou que quase metade da população brasileira tem excesso de peso e isso independe de região, faixa etária e faixa de renda. Na contramão do problema, a população busca incessantemente métodos para sair do sobrepeso e, consequentemente, diminuir os riscos de doenças crônicas causadas por este. Mas e se os remédios forem proibidos, o que resta como opção para tratar a obesidade?
De acordo com o médico José Afonso Sallet, Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) e Membro Titular da Federação Internacional para a Cirurgia da Obesidade (IFSO), se essas medicações forem mesmo proibidas, o que vai sobrar no mercado como tratamento clínico é o xenical, medicamento que bloqueia 1/3 da gordura dos alimentos ingeridos, mas não costuma ser eficaz para o controle da perda de peso, porque funciona só para quem come gordura em excesso e não diminui o apetite e a compulsão por comida.
O especialista explica que dentre as medidas que surgem nesse cenário de restrição medicamentosa, o método do Balão Intragástrico é uma boa opção de tratamento. "É um procedimento endoscópico pouco invasivo, recomendado para quem tem sobrepeso (IMC - Índice de Massa Corporal- entre 25 e 29,9) e obesidade Grau I (IMC entre 30 e 34,9)", explica Sallet.
Aprovado pela Anvisa, o procedimento funciona da seguinte forma: um dispositivo cilíndrico de silicone é colocado por via endoscópica dentro do estômago e preenchido com soro fisiológico estéril. Com ele, a pessoa ingere um volume menor de comida, tem saciedade precoce e consegue perder peso. Segundo o médico, é possível eliminar de 10 a 20% do peso total do indivíduo, em 6 meses (período para a permanência do balão no estômago). Mas é preciso que o paciente também passe por acompanhamento nutricional, psicológio e psiquiátrico. “O apoio multidisciplinar é fundamental em qualquer tratamento contra a obesidade e com os devidos estímulos e orientações profissionais, o indivíduo consegue chegar aos seus objetivos de forma saudável e com muito mais chances de sucesso”, diz Sallet.
A reeducação alimentar é importante para que depois da retirada do balão, a pessoa melhore o comportamento alimentar e, com isso, consiga evitar o ganho de peso. De acordo com Sallet, após 1 ano da retirada do dispositivo, cerca de 40% das pessoas têm reganho de peso, número considerado baixo se comparado aos resultados das medicações inibidoras de apetite, em que quase 100% dos casos há aumento de peso depois que as pessoas deixam de usá-las.
Outras medidas para tratar obesidade são as cirurgias bariátricas. A previsão é que neste ano sejam feitas 70 mil reduções de estômago no país. Nos Estados Unidos, já são feitas 200 mil.
Elas são indicadas em casos de obesidade grau III ou mórbida, ou seja, em pessoas que tem IMC acima de 35 e outras doenças associadas ou em quem tem IMC acima de 40.
As técnicas de cirurgias bariátricas mais feitas no mundo, de acordo com Sallet, são Banda Gástrica (mais realizada na Europa e EUA) e bypass gástrico (na América Latina, 70 a 80% das cirurgias são bypass).
Banda Gástrica: o método consiste na colocação de uma prótese de silicone ao redor da porção superior do estômago, formando uma segmenteção e criando um reservatório gástrico. A ingestão de alimentos preenche rapidamente esse reservatório do estômago provocando uma sensação de saciedade precoce com uma quantidade muito menor de comida.
Bypass gástrico: esse procedimento consiste no "grampeamento" da parte superior do estômago, criando uma pequena bolsa que então é unida ao intestino delgado, reduzindo assim a capacidade do estômago.
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ABORTION-INDUCING DRUGS SAFETY ACT (RU-486 & RESPONSE TO “TELEMED” ABORTIONS) Model Legislation & Policy Guide For the 2011 Legislative Year INTRODUCTION Medical abortion,1 such as that caused by mifepristone (RU-486), has become a veritable “pot of gold” for Planned Parenthood and other abortion providers. Because RU-486 is virtually unregulated in the major